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Taxa de Filtração Glomerular: cálculo, interpretação e aplicação clínica

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Taxa de Filtração Glomerular

Índice do conteúdo

A Taxa de Filtração Glomerular (TFG) é um dos principais indicadores da função renal e tem papel central na prática clínica. Monitorar a TFG com precisão ajuda a detectar doenças renais crônicas em estágios iniciais, ajustar doses de medicamentos e tomar decisões mais seguras no cuidado ao paciente. 

Ela representa o volume de sangue que os rins conseguem filtrar por minuto, ajustado para uma área corporal de 1,73 metros quadrados, e é expressa em mL/min/1,73 m². A TFG não é apenas um dado laboratorial, mas uma ferramenta essencial para avaliar riscos, definir condutas e acompanhar a evolução de quadros renais. 

Para estudantes e médicos no início da carreira, entender como calcular, interpretar e aplicar esse valor no dia a dia é um passo importante para desenvolver um raciocínio clínico sólido. Neste conteúdo, você vai aprender como fazer isso de forma clara e prática. 

O que é a Taxa de Filtração Glomerular? 

A Taxa de Filtração Glomerular estima o volume de sangue que passa pelos glomérulos dos rins a cada minuto. É uma medida direta da função renal e um dos principais parâmetros usados para acompanhar pacientes com risco de comprometimento renal. 

Na prática clínica, a TFG pode ser obtida de duas formas: 

  • TFG estimada (eTFG): calculada com base em fórmulas que utilizam creatinina sérica, idade, sexo e peso
  • TFG medida diretamente: realizada por meio de métodos mais complexos e menos acessíveis, utilizando substâncias exógenas como inulina. Essa abordagem é reservada a contextos específicos, como avaliação pré-transplante ou em pesquisas. 

A TFG estimada é a ferramenta padrão no dia a dia da clínica médica. 

Como calcular a Taxa de Filtração Glomerular na prática 

Na rotina médica, a TFG é geralmente calculada com base em fórmulas matemáticas. Três fórmulas são amplamente reconhecidas e aplicadas, e cada uma tem suas indicações específicas. 

Fórmula de Cockcroft-Gault 

Leva em consideração creatinina, idade, peso e sexo. É especialmente útil para ajuste de doses de medicamentos. 

Fórmula: 

TFG = [(140 – idade) x peso (kg)] / [72 x creatinina (mg/dL)] 

Para mulheres, multiplica-se o resultado por 0,85. 

Equação MDRD 

Utiliza creatinina, idade, sexo e etnia. Embora seja uma fórmula tradicional, pode superestimar a função renal em pacientes com TFG normal ou próxima do normal. 

Equação CKD-EPI 

É atualmente a mais recomendada pelas diretrizes para avaliação da função renal, com maior precisão em valores mais altos de TFG. Assim como a MDRD, considera creatinina, idade, sexo e etnia. 

Quando usar cada fórmula? 

  • Para ajuste de medicamentos, Cockcroft-Gault ainda é amplamente utilizada
  • Para avaliação de DRC e acompanhamento, CKD-EPI é a mais indicada
  • Em protocolos de pesquisa ou triagem populacional, MDRD e CKD-EPI também aparecem com frequência. 

Pontos que podem interferir no cálculo 

A TFG estimada é uma ferramenta prática, mas seus resultados podem ser imprecisos em certos perfis de paciente. Idade avançada, baixa ou alta massa muscular, obesidade, gestação, amputações ou uso de suplementos que interferem na creatinina podem distorcer o valor real da função renal. 

Por isso, mais do que aplicar a fórmula, é essencial interpretar os resultados dentro do contexto clínico. Quando houver dúvida, considere o uso de outros marcadores, como a cistatina C, ou exames complementares, como avaliação de proteinúria. 

Como interpretar os valores da TFG 

A interpretação da TFG é baseada em faixas que indicam os estágios da Doença Renal Crônica. Esses estágios ajudam a definir o risco, o plano terapêutico e a necessidade de encaminhamento ao nefrologista. 

  • Estágio G1: TFG maior ou igual a 90 — função renal normal, se não houver outros sinais de lesão
  • Estágio G2: TFG entre 60 e 89 — função levemente reduzida, pode ser normal em algumas faixas etárias
  • Estágio G3a: TFG entre 45 e 59 — redução leve a moderada da função renal
  • Estágio G3b: TFG entre 30 e 44 — redução moderada a acentuada. 
  • Estágio G4: TFG entre 15 e 29 — perda importante da função renal
  • Estágio G5: TFG menor que 15 — insuficiência renal grave, geralmente com indicação de terapia renal substitutiva. 

Uma TFG persistentemente abaixo de 60 mL/min/1,73 m² por mais de três meses já indica DRC. Quando a queda é súbita, deve-se considerar uma injúria renal aguda. 

Vale destacar que a avaliação da TFG deve ser combinada com a análise da albuminúria, que indica se há perda de proteína pelos rins. Juntas, essas informações oferecem uma visão mais completa da saúde renal do paciente. 

Ferramentas que ajudam a calcular e aplicar a TFG com segurança 

Mesmo com domínio teórico, aplicar a TFG corretamente no dia a dia pode ser desafiador. Entre lembrar fórmulas, interpretar valores e tomar decisões em tempo real, o risco de erro existe, principalmente para quem ainda está ganhando experiência. 

É aí que ferramentas como o Afya Whitebook entram como aliados. No app, é possível: 

  • Acessar fórmulas prontas para cálculo da TFG; 
  • Usar calculadoras clínicas automáticas, inserindo dados e recebendo resultados com interpretação embutida; 
  • Consultar guias de conduta que já incorporam a TFG em fluxogramas de decisão, como no manejo da DRC, escolha de antibióticos ou uso de contraste iodado; 
  • Explorar conteúdos clínicos completos sobre as principais condições associadas à função renal, incluindo causas, fatores de risco, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. 

Esses recursos ajudam a reduzir erros, economizar tempo e aumentar a segurança das decisões, especialmente para quem está em fase de aprendizado ou ganhando experiência prática. 

Conclusão: a TFG como parte essencial do raciocínio clínico 

Dominar o uso da Taxa de Filtração Glomerular é um passo importante para todo médico que deseja exercer a prática clínica com segurança e precisão. Saber calcular, interpretar e aplicar a TFG de forma contextualizada é o que transforma uma informação laboratorial em uma decisão de valor para o paciente. 

Com o suporte de ferramentas confiáveis, como o Afya Whitebook, esse processo se torna mais ágil, seguro e didático, o que faz toda a diferença, principalmente para quem está construindo sua autonomia clínica. 

Experimente o Afya Whitebook e tenha mais segurança nas suas decisões clínicas desde o início da carreira. 

 

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